terça-feira, 24 de novembro de 2009

Apresentação

Este Blog é resultado do projeto final de Oficina I Políticas Públicas de Educação e Cultura, da Universidade Gama Filho, proposto pela Prof(a) Cláudia Afonso aos seus alunos do 1º período do curso de História, tendo como objetivo criar uma forma de divulgação das principais temáticas estudadas utilizando os recursos atualmente disponíveis, focando no público alvo de estudantes do Ensino Médio da rede particular e pública.
O tema elaborado é "A Busca pelo Ideal Democrático" e trataremos, segundo uma abordagem crítica e respeitando a cronologia dos eventos, sobre a criação deste conceito e as tentativas de diferentes civilizações de construírem sociedades baseadas nesses princípios de igualdade, justiça e liberdade comuns ao ideário coletivo. A seguir a devida introdução dos responsáveis pela exposição das idéias apresentadas aqui.

Alunos:
- André Luiz K. P. Loureiro
- Diogo Alves de Souza
- Eduardo Pereira dos Santos
- Eliandro Lima da Silva
- Mariana Santiago
- Rafael Chaves Baranda
Turma:
- 601
Disciplina:
- CSO 911

O Surgimento da Democracia

Assembléia onde eram discutidas e votadas as Leis

O conceito de democracia do homem na Grécia Antiga difere radicalmente daquela que tem o homem moderno, pois é fato que a democracia ateniense não satisfazia as exigências que hoje são consideradas fundamentais para esse regime, mas deve-se discernir em que medida ela significou uma nova forma de conceber e exercer o poder da qual ainda hoje somos herdeiros. Para compreendermos como o processo do desenvolvimento desse sistema se deu, devemos começar essa busca através da Pólis, cidade-estado, dentro da qual se desenrolava a vida social, política e religiosa.

A Pólis
Enquanto unidade geográfica característica da Grécia Antiga, surgiu por volta dos séculos VIII e VII a. C., logo após o período que é conhecido por Idade das Trevas. Esta cidade-estado se tratava de um território pouco extenso, onde no centro encontravam-se os templos, as repartições, o mercado (Ágora) e a cidadela. Em volta, estendiam-se os campos agrícolas, que constituíam a base econômica da Pólis. Existem diversas explicações sobre o surgimento dessa forma de organização territorial, em todo o caso, mais do que uma unidade territorial, a Pólis foi-se desenvolvendo como unidade espiritual, na qual o homem toma pela primeira vez consciência de que, oposto à natureza animal, ele possui uma vida política enquanto membro de um corpo social. Essa identidade situava-se um plano acima e independia da forma particular de organização política que vigorasse num dado momento, fosse perante uma monarquia, tirania ou democracia, teríamos sempre atenienses (ou espartanos, ou tebanos) que, em conjunto, defendiam suas terras e adoravam os seus deuses específicos.
Durante séculos o poder encontrava-se nas mãos de um número restrito de famílias proprietárias de escravos e de vastas quantidades de terra, cuja riqueza lhes permitia assumir o controle militar e político da cidade, eram os aristocratas, termo que significa “governo dos melhores” (aristos + kratein). O princípio de sucessão era o dinástico, assim, assegurava-se que a perpetuação do poder fosse legitimada através da invocação de uma relação especial com os deuses. Dentre essas famílias proprietárias surgia uma figura que era então erguida ao poder: o Monarca, porém não era comum que todo o poder ficasse concentrado em suas mãos.
A disseminação do uso da moeda e o incremento do comércio conduziram a transformações sociais importantes em Atenas, com o despontar de uma classe de mercadores, comerciantes e artesãos. A partir disso duas formas de riqueza se evidenciaram, a oriunda do comércio e a que provinha da posse de terras, este embate acabou levando a conflitos e foi um dos motivos que conduziram, inegavelmente, ao surgimento de um novo modelo sócio-político que vigorou nos próximos séculos.

A Democracia Ateniense
Do ponto de vista histórico, a democracia Ateniense se deve a três importantes personalidades: Clistenes, Sólon e Péricles. Estes, em períodos distintos, foram os responsáveis por conceber e organizar este novo sistema, que como sabemos, significa: governo do povo (demos + kratein), isso não quer dizer que o demos, isto é, os cidadãos com menos recursos, tenham subido ao poder e passado a exercer o seu domínio sobre os outros grupos sociais. O que acontece, no regime democrático, é a extensão dos direitos de participação política a todos os cidadãos, incluindo os mais desfavorecidos. Ou seja, a posse de direitos políticos deixa de se fundamentar em critérios hereditários e econômicos, para passar a depender apenas de um critério, que seria por assim dizer a "nacionalidade", ou seja, inicialmente tem direitos políticos todos os homens que nascem em Atenas, filhos de pai e mãe atenienses.
O regime democrático solidificava-se em três grandes princípios:
- Isonomia: Igualdade de todos os cidadãos perante a lei;
- Isegoria: Igualdade de todos no falar, liberdade de expressão;
- Isocracia: Igualdade de todos ao poder.
É preciso esclarecer que fora desta igualdade e da vida política, estavam as mulheres, os estrangeiros (metecos) e os escravos, estes grupos não possuíam direitos políticos.
O órgão máximo de poder na democracia ateniense era a assembléia, a qual agregava a totalidade dos cidadãos na tomada de decisões. Esta se reunia ao menos uma vez por mês, para discutir e votar leis, decidir sobre a paz e a guerra e nomear magistrados de todo o tipo. Respeitando-se o princípio da isegoria, todos os cidadãos podiam tomar a palavra na assembléia. Contudo, o que acontecia é que acabavam por emergir certos grupos de cidadãos que pela sua influência e talento oratório, conseguiam orientar e dominar as discussões e votações. Para conter esta tendência, foi introduzida a disposição legal do ostracismo, pela qual um cidadão considerado demasiadamente influente ou contrário ao regime poderia ser afastado da vida política por um período de até dez anos.
Havia também outra instituição considerada essencial: O Conselho dos 500. A sua função era preparar a ordem de trabalhos da assembléia. Este conselho era composto de 50 membros de cada uma das dez tribos existentes e cada tribo ocupava a direção durante cerca de 35 dias por ano, num regime de rotatividade que se estendia ao líder do órgão que mudava todos os dias. Além desses órgãos, existiam os strategói, líderes militares que ocupavam igualmente cargos de muito poder. Estes eram cidadãos eleitos pela assembléia a quem deviam prestar contas, mas na verdade tinham grande autonomia e o seu poder e influência não se restringiam à esfera militar. Finalmente, havia ainda dois tribunais, um que julgava apenas casos muito específicos, tendo portanto um grau de intervenção pequeno na vida pública e outro (tribunal de Heliéia) que era composto por 6000 cidadãos e decidia sobre a generalidade dos casos.
Não havia desde modo uma clara separação de poderes na democracia ateniense, os poderes estavam dispersos pelos vários órgãos e cargos, sendo que as competências específicas de cada um não estavam definidas inicialmente e resultavam mais da experiência prática do que de uma hierarquização formal. O importante era saber que as decisões tomadas deveriam expressar a soberania popular independente do orgão responsável.

A Seguir assista a uma vídeo-aula do Professor Tiago Menta, Bacharel e Licenciado em História pela UNI-BH, sobre a democracia em Atenas.



Referência Bibliográfica:

- FINLEY, Moses. A Cidade Estado-Clássica: Os Gregos Antigos. Lisboa. Setenta, 1984 (pág. 47-80).
- MOSSE, Claude. Atenas - A História de uma Democracia. Brasília. UNB, 1997 (pág. 11-31).


Por Eduardo Santos

A Revolução Francesa, a nação e a democracia

A Liberdade guiando o Povo (Delacroix, 1830)

Realidade recente, a nação moderna, tal como a democracia que lhe está associada, é produto da revolução burguesa, que da independência da Holanda contra a Espanha no século XVI, passando pelas revoluções inglesas de 1640 e de 1688, atingiria o seu expoente em finais do século XVIII com a independência dos Estados Unidos da América e, sobretudo, com a Revolução Francesa, que ao erradicar Deus e o rei para invocar exclusivamente a nação como força mobilizadora, assinalaria a passagem do Antigo Regime para a modernidade, como explica George Gusdorf: "Viva a nação! Grito de imediato retomado pela massa das tropas alinhadas na batalha secundando o comandante-chefe (general Kellermann). Neste 20 de Setembro de 1792, o grito de Valmy possui um valor emblemático de tal maneira poderoso que Goethe, correspondente de guerra no exército contrário e testemunha do incidente, crê poder datar deste momento o início de uma nova era na história do mundo". Quadro em que não pode deixar de evidenciar-se a oposição irreconciliável entre o catolicismo, pilar fundamental de sustentação do Antigo Regime, e os fundamentos ideológicos da república, da laicidade e da democracia, bem patente na condenação papal da Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão de 1789, sob o pretexto de que ela situa o Homem no centro do universo no lugar de Deus.

Nesta circunstância ao emergir como área de legitimação política que, na sua qualidade de fonte do poder, opunha-se ao direito divino, a nação passaria a ser encarada como um espaço de igualdade de todos os cidadãos (durante muito tempo com exclusão das mulheres e dos pobres) e, nessa qualidade, sistematicamente invocada no combate contra os privilégios sociais e os particularismos regionais, facultando a todos os que com ela se identificavam a possibilidade de reivindicarem como seu o estado através do qual se organizara politicamente, inaugurando o nacionalismo moderno. Ou seja, na sua qualidade de "corpo de associados, vivendo sob uma lei comum e representada pela mesma legislatura", a nação excluía fatalmente a representação privilegiada da nobreza e do clero praticada pelo Antigo Regime, identificando-se exclusivamente com o terceiro estado, pelo que, no entender de Sieyès, não deveria sequer hesitar, se necessário fosse, em desterrar todas aquelas famílias que se mantinham teimosamente arraigadas à pretensão louca de descenderem da raça dos conquistadores e de serem herdeiras dos seus direitos de conquista, opondo uma "raça" de aristocratas a uma nação de cidadãos. Concepções para cuja difusão e implantação, dentro e fora dos territórios conquistados nas guerras contra as diversas coligações européias, a França revolucionária não hesitaria em contribuir, fomentando e apoiando-se numa sociabilidade politicamente vocacionada que, sob o impacto da Revolução, desenvolver-se-ia no Velho Continente, na América e noutras partes do mundo desde a última década do Século XVIII. Percurso que, apesar da reação restauracionista pós-napoleônica, abriu o caminho à implantação e aprofundamento da democracia em França e noutros países da Europa e do mundo, com o concurso imprescindível das lutas das classes trabalhadoras, sobretudo a partir de 1848, chegando a Comuna de Paris, em 1871, a abalar os pilares da sociedade burguesa, no que só viria ser ultrapassada pela Revolução Socialista de 1917 vitoriosas na Rússia.
Porém, o agravamento das disputas imperialistas decorrentes das necessidades de expansão econômica e dos conseqüentes choques das ambições coloniais das grandes potências, a partir de finais do século XIX, iria cada vez mais pôr em causa a obra da Revolução Francesa e das suas congêneres, desde a soberania popular em que assenta a democracia, até à laicidade, passando pela liberdade e pela igualdade. O século XX, época de guerras e de revoluções, não deixaria lugar a dúvidas quanto ao destino da nação e da democracia: duas guerras mundiais, nacionalismo chauvinista, racismo e anti-semitismo institucionalizados, colonialismo, totalitarismos fascistas e stalinistas responsáveis por genocídios organizados em larga escala, ao mesmo tempo em que a ciência e o desenvolvimento econômico conheceriam um progresso capaz de contribuir para a resolução de muitos dos problemas da humanidade, como o combate à fome e à doença, ao obscurantismo e ao analfabetismo, potenciando a melhoria substancial das suas condições de vida. No entanto, todos os sucessos neste domínio têm inevitavelmente resultado (e continuarão a resultar) da luta do ser humano pela sua concretização e universalização, contra todas as formas de exploração e de opressão social, nacional e colonial, sem o que continuará a ser esvaziada do seu conteúdo a fórmula de 1789: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Ela significou uma nova forma de conceber e exercer o poder da qual ainda hoje somos herdeiros. Para compreendermos como o processo do desenvolvimento desse sistema se deu, devemos começar essa busca através da Pólis, cidade-estado, dentro da qual se desenrolava a vida social, política e religiosa. A intelectualidade burguesa gosta de recordar que a Revolução Francesa se inspirou na democracia aristotélica. Mas omite que na democracia aristocrática de Atenas, como em qualquer polis grega, somente uma ínfima percentagem da população tinha acesso às assembléias. A Revolução Americana, que se tornou quase um objeto de culto para a burguesia Brasileira, como criadora de um modelo de democracia, produziu uma Constituição que apenas concedia o voto a uma minoria de cidadãos. Esse direito, erigido em privilégio, nascia da riqueza.
Obviamente existem diferenças profundas entre os regimes supostamente democráticos de países como a França e o Reino Unido – apenas um exemplo – e os existentes na Colômbia e no Peru. Elas resultam do desenvolvimento da história, da cultura dos povos, do funcionamento das instituições e também da presença de heranças imperialistas complexas.

Os valores da democracia encontram-se entre os povos da Antiguidade. Para os Hebreus, a justiça e a ética, preceitos religiosos normativos, constituíam-se em um modo de vida abrangendo todas as camadas da população, baseados na lembrança da escravidão no Egito, as desigualdades, vedação da escravidão, acolher os estrangeiros, as viúvas e órfãos e destinar parte do campo e das colheitas aos mais necessitados, e o uso dos cofres públicos. Para os gregos, a democracia era uma forma de governo – governo da maioria, praticada na Agora. Aristóteles classifica as formas de governo e observa atentamente a realidade de cada uma. Em Roma, a questão se centrava na república em detrimento da democracia. A Idade Média é um período em que o Estado praticamente desaparece; o centro político é o feudo. A Renascença é a época do ressurgimento dos valores clássicos; examina-se a importância de Maquiavel como o apologista de um Estado unificado, laico e administrado pelo príncipe. Rousseau, como Voltaire e Montesquieu, lança as idéias que seriam adotadas pela Revolução Francesa, iniciando a democracia moderna, que terá na Comuna de Paris a participação de grandes parcelas da população, cujas reivindicações não se restringem apenas ao sufrágio e à forma republicana: suas bandeiras são econômicas e sociais. As idéias de Locke e Hobbes são também abordadas, para relacionar esses autores com o pensamento francês. O pensamento socialista, com Marx, Engels e os anarquistas, direcionam-se para a emancipação da nascente classe proletária. É uma corrente humanista que se inclina para a maioria da sociedade: os produtores. Segundo o Manifesto de 1848, a liberdade e a igualdade só serão concretas realidades com a satisfação das necessidades, mediante a conquista do Estado e da democracia. Os ideais socialistas são colocados em prática na Revolução de 1917, que se inspira na formação dos sovietes e no exercício do poder democrático, nas idéias de Rousseau, na experiência da Revolução de 1789 e no curto período da Comuna. A crítica de Gramsci ao modelo soviético, que retoma o pensamento original marxista e o adapta à sua atualidade, introduz as teses sobre bloco hegemônico, alianças políticas, o papel do intelectual orgânico e a importância da educação e da cultura popular. É a democracia dentro da revolução. Para os anarquistas, a experiência ocorre no curto verão da anarquia, durante a guerra civil espanhola: conselhos, federalismo, autonomias locais, coletivização da propriedade e gestão democrática. Com as duas guerras planetárias e a derrota do nazismo e fascismo, a democracia contemporânea tem por novos ideais a concretização dos direitos sociais e individuais, a participação na gestão e a deliberação constante sobre a gestão estatal e o seu controle. Quanto ao controle, ele existe desde os hebreus (ético), gregos (auditores) e romanos (censores); na Idade Média surgem as câmaras de contas e tornam-se normas conquistadas e adotadas nas Declarações de 1789 em diante. O controle contemporâneo é fruto da Revolução Francesa e o modelo francês mediante um Tribunal de Contas (1807) é adotado pelo Brasil com a república, embora no Brasil holandês existisse uma câmara de contas. A criação do Tribunal de Contas, a exposição de motivos de Ruy Barbosa e o decreto 966-A são a base histórica e jurídica do sistema de controle externo brasileiro. Os tipos de controle e as competências do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas, a peculiaridade federativa e a tese de que o controle externo é instituição democrática e republicana, destinada à realização da dignidade humana, concluem a dissertação, relacionando democracia, direitos humanos e controle como um processo histórico e dialético.


Referência Bibliográfica:

Apresentação

História por Voltaire Shilling. Disponível em: www.educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/revolucao_educacao2.htm. Acesso em 16 nov. 2009, 15:25:00. (NBR 6023, 2002, p. 4).

RODRIGUES, Miguel Urbano. Democracia, participação, revolução - Três vértices de um triângulo. Disponível em: www.resistir.info/mur/seminario_rio_29ago05.html. Acesso em 16 nov. 2009, 16:12:00. (NBR 6023, 2002, p. 4).


Por Diogo Alves e Rafael Baranda

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

República: Antes tarde do que nunca!

1889: Mudança de Regime no Brasil

Ah! Finalmente, chegamos tardiamente a era da tão sonhada República, supostamente seguindo os moldes da grande nação americana, direitos iguais era tudo que o pobre brasileiro mais precisava, porém, na prática não foi exatamente assim. A idéia que se tinha de república e se tem até hoje e de “coisa pública”, do povo que decidira o caminhar deste novo Brasil, entretanto em 1889, tomou-se o caminho certo, com os pensamentos errados.
Nesta suposta república os direitos continuavam restritos a parte rica da população assim como era no império. Só percebemos leves brisas republicanas pelos séculos XX e XXI, porém de uma forma lenta, ao qual a cultura da desigualdade impede o progresso da mesma. Pode-se definir que os 40 anos da falsa república, devem-se ao fato dos seguintes acontecimentos:

CONSTITUIÇÃO DE 1891 – Representava somente os interesses das elites agrárias do país. Implantou um suposto voto universal, do qual se excluíam deste as mulheres, analfabetos, praças de pré e menores de idade.
REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS – As eleições eram controladas por republicanos de MG e SP que eram civis representantes do meio agrário, e contavam com o apoio das elites agrárias de todo o país, pois implantavam políticas que beneficiavam o setor agrário.
POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE – Grande parte dos políticos eram de MG ou SP, os 2 estados eram os mais ricos da república, e dividiam o poder alternando-o, ora o presidente era de MG ora de SP. E sempre favoreciam o setor agrícola, em principal o de café (paulista) e o de leite (mineiro).
POLÍTICA DOS GOVERNADORES – Caracterizava-se em troca de favores, entre o presidente e os governadores, no qual o presidente apoiava a candidatura dos governadores e vice-versa.
CORONELISMO – Eram grandes fazendeiros que usavam de seu poder econômico, para garantir a eleição dos candidatos que ele apoiava, usando na maioria das vezes a violência. Estes atos por parte dos coronéis era favorecido pelo voto aberto, que facilitava fraudes.
CONVÊNIO ED. TAUBATÉ - Política na qual o governo, quando o preço do café baixava, comprava todo o excedente dos fazendeiros, e os estocava aguardando a alta, para aí sim serem liberados para a exportação, já que o café era o principal produto de exportação da época, e agindo deste modo, o lucro dos produtores de café era certo.
Através destas medidas a nossa “estranha” república andou por passos bem lentos e pequenos, isto veio acabar nos anos de 1930 no qual Getulio Vargas tomou o poder com a ajuda de militares descontentes com a república através de um golpe, dando assim inicio a era Vargas.

Referência Bibliográfica:

DE CARVALHO, José Murilo. Os Bestializados, O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo. Companhia das Letras, 1989 (pág. 43-46).
DE CARVALHO, José Murilo. 120 anos da República: Por onde ela anda? Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro: Museu Nacional, ano 5, n. 50, pág. 18-25, nov. 2009.


Por André L. Loureiro

A Era Vargas

Crescimento econômico e falta de liberdade de expressão marcam o período

A Era Vargas (de 1930 a 1945) é o nome que atribuimos ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil, nestes 15 anos ininterruptos, Vargas fez no país mudanças sociais e econômicas.Esse período é considerado um marco na história brasileira, por conta dessas mudanças. A maior delas acontece com a constituição de 1937, que criou o "Estado Novo" getulista, tinha caráter centralizador e autoritário. Ela suprimiu a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o próprio federalismo existente no país, Vargas fechou o Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional, considerado como um governo estabelecido por vias golpistas, o Estado Novo tinha a clara intenção de conter uma nova ameaça de golpe comunista no Brasil. Para dar ao novo regime um teor de legalidade, Francisco Campos, aliado político de Getúlio, redigiu uma nova constituição inspirada por itens das constituições fascistas italiana e polonesa.
A nova constituição aumentou os poderes presidenciais, dando a Getúlio Vargas amplos poderes para intervir nos poderes Legislativo e Judiciário, permitindo que os governadores estaduais fossem indicados pelo presidente. A falta de um partido que fosse intermediário entre povo e Estado, a ausência de uma política eugênica, ou seja, melhoramento genético, e a falta de um discurso ultranacionalista foram os fatores que distanciariam o Estado Novo do fascismo italiano ou do nazismo alemão. No que se refere às suas principais medidas, o Estado Novo adotou o “Estado de Compromisso”, onde são criados mecanismos de controle e negociação política responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de apoio a Getúlio Vargas.
Sendo considerado como o ponto mais importante da política varguista, temos a relação entre o governo e as classes trabalhadoras. Com uma orientação populista, o governo preocupava-se em obter préstimos dos trabalhadores por meio de concessões e leis de amparo. Essas medidas desmobilizariam assim os movimentos sindicais da época. Nesse período, sindicatos tornaram-se espaço de divulgação da propaganda governista e seus líderes.
As ações paternalistas de Vargas, dirigidas às classes trabalhadoras, foram de fundamental importância para o crescimento da burguesia industrial da época. Ao conter o conflito de interesses dessas duas classes, Vargas dava condições para o amplo desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Além disso, o governo agia diretamente na economia realizando uma política de industrialização por substituição de importações.
Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, uma importante questão política orientou os últimos anos do Estado Novo. No início do conflito, Vargas adotou uma postura contraditória: ora apoiando os países do Eixo, ora se aproximando dos aliados. Com a concessão de um empréstimo de 20 milhões de dólares, os Estados Unidos conquistaram o apoio do Brasil contra os países do Eixo. A luta do Brasil contra os regimes totalitários de Adolf Hitler e Benito Mussolini gerou uma tensão política que desestabilizou a legitimidade da ditadura varguista.
Durante o ano de 1943, um documento intitulado Manifesto dos Mineiros, assinado por intelectuais e influentes figuras políticas, exigiu o fim do Estado Novo e a retomada da democracia. Acenando favoravelmente a essa reivindicação, Vargas criou uma emenda constitucional que permitia a criação de partidos políticos e anunciava novas eleições para 1945. Nesse meio tempo surgiram as seguintes representações partidárias: o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrata (PSD), ambos redutos de apoio a Getúlio Vargas; a União Democrática Nacional (UDN), agremiação de direita opositora de Vargas; e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que saiu da ilegalidade decretada por Getúlio.
Em 1945, as medidas do governo fizeram com que a saída de Vargas fosse necessária. Os contrários a idéia, organizaram-se no chamado Movimento Queremista. Empunhados pelo lema “Queremos Getúlio!”, seus participantes defendiam a continuidade do governo de Vargas. Mesmo contando com vários setores favoráveis à sua permanência, inclusive de esquerda, Getúlio aceitou passivamente a deposição, liderada por militares, em setembro daquele ano.
Dessa maneira, Getúlio Vargas pretendeu conservar uma imagem política positiva. Aceitando o golpe, ele passou a idéia de que era um líder político favorável ao regime democrático. Essa estratégia e o amplo apoio popular, ainda renderam a ele um mandato como senador, entre 1945 e 1951, e o retorno democrático ao posto presidencial, em 1951.

Referência Bibliográfica:

SOUZA, Rainer. A Era Vargas. Disponível em: www.brasilescola.com/historiab/vargas.htm. Acesso em 21 nov. 2009, 20:10:00. (NBR 6023, 2002, p. 4).


Por Eliandro Lima

Diretas Já!

Comício em Porto Alegre/RS


A partir do final de 1983, já no governo de João Figueiredo, um dos pilares de sustentação da ditadura foi colocado em xeque: as eleições indiretas para presidente. Esse movimento ficou conhecido como Diretas Já, foi um movimento político democrático com grande participação popular. Era favorável e apoiava a emenda do deputado Dante de Oliveira que restabeleceria as eleições diretas para presidente da República no Brasil.

No ano de 1979, o regime militar tomou medidas que permitiram o retorno das liberdades democráticas no país. O sistema bipartidário foi substituído por uma reforma política que abriu espaço para a formação de novos partidos dentro do país (PT, PDT, PMDB). Dessa forma, as novas siglas que ao mesmo tempo representavam maior direito de expressão política, também marcavam um atípico processo de fragmentação político - partidária.

Chegado o ano de 1982, estes partidos disputaram eleições para os governos estaduais e demais cargos legislativos. Mediante esse novo quadro, membros de oposição da Câmara dos Deputados tentaram articular uma lei que instituísse o voto direto na escolha do sucessor do presidente João Batista Figueiredo. Em 1983, essa movimentação tomou a forma de um projeto de lei elaborado pelo deputado peemedebista Dante de Oliveira.

Ao longo de 1983, algumas peças-chave da política brasileira foram aderindo à tímida campanha iniciada pelo PMDB, entre eles Lula, Leonel Brizola, Franco Montoro e Tancredo Neves, além, é claro, dos mais prestigiados políticos daquele momento — Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela. Estes últimos, por já serem conhecidos mesmo antes do golpe de 64, concentravam em suas figuras a aspiração do retorno à democracia.

As Diretas Já vagarosamente iam ganhando espaço nas ruas, primeiramente nas pequenas cidades e, posteriormente, nas grandes capitais brasileiras. O comício que marcou o início da campanha foi realizado em Goiânia e nele o PMDB conseguiu reunir aproximadamente 5 mil pessoas. Porém em 1984 foi realmente dada a largada para os grandes comícios, começando-se por Curitiba. Artistas famosos como Chico Buarque, Elba Ramalho e Fafá de Belém e o apresentador Osmar Santos aderiram à campanha, popularizando-a e transformando as Diretas Já num movimento de milhões. Até a Rede Globo de Televisão, que antes ignorava os comícios, passou a apresentá-los em sua programação normal, obedecendo a ordens vindas do Palácio do Planalto.

Após as Diretas Já, o Brasil vivencia a esperança de um futuro melhor!

Referência Bibliográfica:

SOUZA, Rainer. Diretas Já. Disponível em: www.brasilescola.com/historiab/direta-ja.htm. Acesso em 18 nov. 2009, 12:05:00. (NBR 6023, 2002, p. 4).
DUARTE, Lidiane. Diretas Já. Disponível em: www.infoescola.com/historia/diretas-ja/. Acesso em 18 nov. 2009, 12:25:00. (NBR 6023, 2002, p. 4).


Por Mariana Santiago