segunda-feira, 23 de novembro de 2009

República: Antes tarde do que nunca!

1889: Mudança de Regime no Brasil

Ah! Finalmente, chegamos tardiamente a era da tão sonhada República, supostamente seguindo os moldes da grande nação americana, direitos iguais era tudo que o pobre brasileiro mais precisava, porém, na prática não foi exatamente assim. A idéia que se tinha de república e se tem até hoje e de “coisa pública”, do povo que decidira o caminhar deste novo Brasil, entretanto em 1889, tomou-se o caminho certo, com os pensamentos errados.
Nesta suposta república os direitos continuavam restritos a parte rica da população assim como era no império. Só percebemos leves brisas republicanas pelos séculos XX e XXI, porém de uma forma lenta, ao qual a cultura da desigualdade impede o progresso da mesma. Pode-se definir que os 40 anos da falsa república, devem-se ao fato dos seguintes acontecimentos:

CONSTITUIÇÃO DE 1891 – Representava somente os interesses das elites agrárias do país. Implantou um suposto voto universal, do qual se excluíam deste as mulheres, analfabetos, praças de pré e menores de idade.
REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS – As eleições eram controladas por republicanos de MG e SP que eram civis representantes do meio agrário, e contavam com o apoio das elites agrárias de todo o país, pois implantavam políticas que beneficiavam o setor agrário.
POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE – Grande parte dos políticos eram de MG ou SP, os 2 estados eram os mais ricos da república, e dividiam o poder alternando-o, ora o presidente era de MG ora de SP. E sempre favoreciam o setor agrícola, em principal o de café (paulista) e o de leite (mineiro).
POLÍTICA DOS GOVERNADORES – Caracterizava-se em troca de favores, entre o presidente e os governadores, no qual o presidente apoiava a candidatura dos governadores e vice-versa.
CORONELISMO – Eram grandes fazendeiros que usavam de seu poder econômico, para garantir a eleição dos candidatos que ele apoiava, usando na maioria das vezes a violência. Estes atos por parte dos coronéis era favorecido pelo voto aberto, que facilitava fraudes.
CONVÊNIO ED. TAUBATÉ - Política na qual o governo, quando o preço do café baixava, comprava todo o excedente dos fazendeiros, e os estocava aguardando a alta, para aí sim serem liberados para a exportação, já que o café era o principal produto de exportação da época, e agindo deste modo, o lucro dos produtores de café era certo.
Através destas medidas a nossa “estranha” república andou por passos bem lentos e pequenos, isto veio acabar nos anos de 1930 no qual Getulio Vargas tomou o poder com a ajuda de militares descontentes com a república através de um golpe, dando assim inicio a era Vargas.

Referência Bibliográfica:

DE CARVALHO, José Murilo. Os Bestializados, O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo. Companhia das Letras, 1989 (pág. 43-46).
DE CARVALHO, José Murilo. 120 anos da República: Por onde ela anda? Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro: Museu Nacional, ano 5, n. 50, pág. 18-25, nov. 2009.


Por André L. Loureiro

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